“Os frutos da árvore humana sempre foram, e sempre serão, os bons atos e o caráter louvável.” –Bahá’u’lláh

Caráter e Conduta 

A Lei Divina

O supremo e o mais importante acontecimento no mundo humano”, afirma ‘Abdu’l-Bahá, “é a vinda do Manifestante de Deus e a descida da lei de Deus”.1 Bahá’u’lláh explica que Deus ordenou a cada um de nós os deveres gêmeos: reconhecer o Manifestante de Deus e, para aqueles que já o fizeram, observar Suas leis e ordenanças. “Esses deveres gêmeos”, escreve Ele, “são inseparáveis. Um não é aceitável sem o outro”.2

Os escritos bahá’ís descrevem a existência de dois aspectos complementares da lei divina. O primeiro refere-se a leis espirituais universais e imutáveis que são estimuladas e refletidas por todas as religiões de Deus. O outro refere-se a leis que servem para ordenar a vida social e espiritual da humanidade – leis que mudam de acordo com as condições e circunstâncias particulares do tempo.

Cada Manifestante – como Educador Divino – defende a lei universal de Deus e traz um conjunto de novas leis que governam os aspectos espirituais e sociais da vida da humanidade durante o seguinte estágio de sua evolução. O propósito final do aparecimento dos Manifestantes de Deus, afirma ‘Abdu’l-Bahá, é “iluminar o mundo humano, transformar o mundo terreno em celestial, tornar o reino humano um domínio angelical, unir os corações, acender a luz do amor nas almas humanas, de modo que tais almas pudessem se tornar independentes, atingindo completa unidade e companheirismo, volvendo-se a Deus, entrando no Reino divino, recebendo as graças e dádivas de Deus e participando do maná celestial”.3

Muitas das leis de Bahá’u’lláh, relacionadas à vida social e espiritual do indivíduo, são encontradas no Kitáb-i-Aqdas. Este livro inclui provisões específicas relacionadas à oração obrigatória, jejum, casamento, herança, e uso de álcool e drogas. Nas suas páginas, Bahá’u’lláh também abole a instituição do sacerdócio, proíbe a escravatura, o ascetismo e o monasticismo, denuncia a crueldade para com os animais, condena a maledicência, destaca a importância da dedicação a algum comércio ou profissão, enfatiza a necessidade de prover os meios para a educação das crianças, e incumbe cada pessoa com o dever de obediência ao governo, exorta os bahá’ís a se associarem aos aderentes de todas as religiões em espírito de amizade, e salienta a importância da veracidade, da fidedignidade, da hospitalidade, cortesia, paciência, justiça e integridade.

Embora a importância da adesão a estas e outras leis e ordenanças seja clara, os bahá’ís ainda têm em mente que a lei divina não pode ser reduzida simplesmente a uma lista de faça e não faça. A questão é o poder transformador da Revelação para refinar os padrões de conduta do indivíduo, enlevar os corações e almas de todas as pessoas, ordenar a vida coletiva da humanidade, formar a cultura, e vitalizar a estrutura da sociedade – em última análise, impulsionar o avanço da civilização.

Na verdade, no Kitáb-i-Aqdas, o próprio Bahá’u’lláh aconselha Seus seguidores a não reduzirem Seus mandamentos a “um mero código de leis”. “Não! Mais do que isso”, afirma Ele, “Deslacramos o Vinho seleto com os dedos da grandeza e poder”.4 Ele descreve Seus mandamentos como “as lâmpadas da Minha amorosa providência entre os Meus servos e as chaves da Minha clemência para as Minhas criaturas”.5 Ele assevera:

A Língua de Meu poder, do céu de Minha glória onipotente, dirigiu à Minha criação estas palavras: "Observai os Meus Mandamentos por amor à Minha beleza." Feliz o apaixonado que dessas palavras inalou a fragrância divina de seu Mais-Amado, plenas que são do perfume de uma graça indizível”.6

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