“O caminho da vida é aquele que conduz ao conhecimento e à presença divina.” –‘Abdu’l‑Bahá

A Alma Humana 

A Natureza Humana

Com as mãos do poder, Eu te fiz; com os dedos da potencia Eu te criei; e dentro de ti coloquei a essência de Minha luz1 está entre as muitas declarações de Bahá’u’lláh que descrevem a verdadeira natureza do ser humano. O tema da nobreza do ser humano aparece continuamente nos escritos bahá’ís. Isso não é para negar a existência da natureza inferior. Em todos nós existem traços característicos adquiridos durante milênios de evolução que compartilhamos com o reino animal. Mas muitos padrões de comportamento que prevalecem entre os animais não estão se tornando os de um ser humano. ‘Abdu’l-Bahá afirma: “No homem há duas naturezas: a superior, ou espiritual, e a inferior, ou material. Em uma, ele se aproxima de Deus, na outra, vive somente para o mundo. Sinais de ambas as naturezas encontram-se nos homens”.2

Cada um de nós tem o potencial para refletir os atributos de Deus. Este é o significado de o homem ter sido criado à imagem de Deus. “Pois nele se revelam, potencialmente, todos os atributos e nomes de Deus em um grau jamais excedido por qualquer outro ser criado”.3 Nós somos capazes de refletir os atributos divinos até o ponto de purificarmos os espelhos dos nossos corações e mentes através da oração, do estudo e aplicação das escrituras sagradas, da aquisição de conhecimento, do empenho em melhorar nossa conduta e superar testes e dificuldades e do serviço à humanidade.

Entre as forças que nos ajudam a cultivar as qualidades espirituais latentes em nós – tais como bondade, justiça, veracidade e fidedignidade – estão o amor a Deus, atração à beleza e a sede de conhecimento. A operação dessas e de outras forças construtivas contribuem para o fortalecimento do nosso senso de propósito, impelindo-nos tanto a transformar a nós mesmos como a contribuir para a transformação da sociedade.

Todos nós temos a capacidade de reconhecer o amor de Deus e refleti-lo para a Sua criaçãoQue poder é o amor”, disse ‘Abdu’l-Bahá. “Neste mundo não há realmente poder maior que o amor. Quando a chama do amor lhe abrasa o coração, o homem se dispõe a sacrificar tudo – mesmo a vida”.4

Intimamente ligada ao amor, está a atração à beleza. Em um nível, esta atração se manifesta no nosso deleite com o mundo da natureza, na nossa dedicação e apreciação das artes e música, e na nossa resposta à elegância de uma ideia ou teoria científica. Num outro nível, a atração à beleza é subjacente à nossa busca por ordem, significado e transcendência no universo.

Esta sede de conhecimento impele cada pessoa a buscar um entendimento mais pleno da realidade em todas as suas dimensões, da sociedade, da operação das forças espirituais e do universo físico, para citar apenas algumas. ‘Abdu’l-Bahá afirma: “O primeiro ensinamento de Bahá’u’lláh é o dever que cabe a todos de investigar a realidade. O que significa investigar a realidade? Significa que o homem deve esquecer tudo que ouve dizer e examine a verdade por si próprio, pois ele não sabe se aquilo que ouve dizer está de acordo com a realidade ou não. Onde quer que encontre a verdade ou a realidade, deve se apegar a ela, renunciando e descartando todo o resto; pois fora da realidade nada há senão superstição e imaginação”.5 Bahá’u’lláh escreveu que “o homem deve conhecer a si próprio e reconhecer o que leva à sublimidade ou à humilhação, à glória ou ao rebaixamento, à riqueza ou à pobreza”,6 e em outra passagem, que “se ponderarmos cada uma das coisas criadas, haveremos de testemunhar miríades de sabedorias perfeitas, e aprenderemos miríades de verdades novas e maravilhosas”.7

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