“O caminho da vida é aquele que conduz ao conhecimento e à presença divina.” –‘Abdu’l‑Bahá

A Alma Humana 

Céu e Inferno

No decorrer das eras, a humanidade preocupou-se com a natureza da relação entre as ações neste mundo e suas consequências aqui e no mundo do além. Certas culturas concentraram-se na harmonia entre a humanidade e o cosmos. Outras retrataram um paraíso no qual os dignos são recompensados e um submundo no qual os iníquos são punidos. Essas explanações ajudaram os povos em todos os recantos do mundo a refletir sobre a direção de suas vidas, a resistir às sugestões de sua natureza inferior e contemplar as exigências de uma vida espiritual.

Os ensinamentos bahá’ís afirmam que não há lugares físicos como céu e inferno, e enfatizam a eterna jornada da alma rumo à perfeição. Explica, que as referencias ao “céu” e “inferno” nas Escrituras Sagradas das outras religiões devem ser entendidas simbolicamente, descrevendo estados de proximidade e separação de Deus neste mundo e nos reinos do além. ‘Abdu’l-Bahá disse que quando os seres humanos são “iluminadas pelo esplendor do Sol da Realidade e enobrecidas por todas as virtudes, nisso veem sua maior recompensa — nisso reconhecem o verdadeiro paraíso. Da mesma maneira, elas consideram a punição espiritual... como equivalente a estar sujeito ao mundo da natureza, a ser privado de Deus, a ser brutal e ignorante, dominado pela luxúria, absorvido pela fraqueza animal, caracterizado por más tendências... tudo isso constitui a maior tortura, a mais severa punição”.1

Em certas tradições religiosas, o conceito de céu foi usado não somente para se referir ao estado da alma individual, mas também para descrever a futura paz mundial, harmonia e justiça – “Céu na terra. De fato, tal tempo é predito em muitas culturas e civilizações. Os escritos bahá’ís explicam que o tempo para o cumprimento de tais promessas chegou. “Toda a terra”, escreveu Bahá’u’lláhestá prenhe. Aproxima-se o dia em que terá produzido seus frutos mais nobres, quando dela terão brotado as árvores mais grandiosas, as mais encantadoras flores, e as bênçãos mais celestiais”.2

Referindo-se a esta nova ordem social, Shoghi Effendi escreveu: “As rivalidades entre as nações, os ódios e as intrigas cessarão, e os preconceitos e animosidades de raça serão substituídos por amizade, entendimento mútuo e cooperação. Não mais existirão os motivos de contenda religiosa; abolir-se-ão as barreiras e restrições econômicas e a desmedida distinção entre as classes será eliminada. Desaparecerão a pobreza extrema, por um lado e, por outro, a excessiva acumulação de bens. A quantidade enorme de energia que se desperdiça com a guerra, quer econômica ou política, será dedicada a fins como estes: a extensão do alcance das invenções humanas e do desenvolvimento técnico, o aumento da capacidade produtiva da humanidade, o extermínio das moléstias, a ampliação das pesquisas científicas, a adoção de mais altos padrões de saúde física, a refinação do cérebro humano, a exploração dos recursos do planeta que ainda não foram utilizados ou descobertos, o prolongamento da vida do homem, a promoção de qualquer outro meio de estimular a vida intelectual, moral e espiritual da humanidade inteira”.3

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